No
principio, depois que Deus criou o céu e a terra, os mares e os rios, as
florestas e os desertos, as trevas e a luz, os bichos e o homem e sua mulher,
um pouco depois do principio das coisas e havendo mais gente, mais gente e mais
gente, enfim, a população, criou-se essa coisa chamada Estado para cuidar da
população e para cuidar do Estado inventou-se essa coisa chamada Governo.
Problema é que o Estado tem encarecido muito o seu custo e o Governo, cada vez
mais confuso, não consegue domar a sua engrenagem, cada vez mais ineficiente,
restando sempre para a população a maior soma das deficiências e dos prejuízos.
Acima da população, é visível, estão as castas predominantes do poder econômico
e do poder politico.
A população, embora aparentemente organizada em sociedade, mantida na ignorância
pela manipulação das informações, nem percebe que a maioria que decide, dentre
os eleitos em seu nome, simplesmente a ignora nos seus afazeres e se omite nos
seus deveres.
Para acalanto geral há uma Constituição da Republica esbanjando os direitos,
ilusões e promessas.
O primeiro direito é o direito à vida, que está vinculado ao direito à saúde e
como estamos numa democracia, queremos crer, vem em paralelo o direito à
liberdade, o qual se vincula ao direito à segurança para garantia da liberdade
de ir e vir sem que ninguém seja molestado na sua integridade física ou no seu
patrimônio.
Na mesma escala de prioridades, vem a educação, base da civilidade e do
desenvolvimento econômico e social.
Governam o Estado três Poderes, independentes e harmônicos entre si. O
Legislativo para fazer as leis e a fiscalizar o seu cumprimento, incluindo a
execução da lei orçamentária.
O Judiciário para realizar a Justiça, dando a cada um, na medida justa, o que é
seu. O Executivo para viabilizar e garantir à população as condições para o
exercício intangível de todos os seus direitos.
Só que isso tudo, afora as montanhas de impostos que se paga, custa muito
dinheiro, muito mesmo.
Quanto custa eleger um Presidente da República e como isso acontece? Quanto
custa a um Presidente nomear para, em tese, ajuda-lo a administrar, um Ministro
de Estado? A Constituição diz que é de livre escolha do Presidente, mas na
prática não a é. Nessa escala dos entes federados, quanto custa eleger entre
aspas um Governador e um Prefeito?
A população desinformada pela manipulação das informações não sabe que os
Senadores, os Deputados e os Vereadores declarados eleitos são, na maioria,
representantes de outros interesses, de outras plataformas, de outros projetos,
envolvidos com outras transações, missionários de outras transformações, a
serviço das castas do poder econômico e das oligarquias do poder politico.
Esta minha indignação aqui, mais uma vez, quer chamar a atenção do Brasil para
as insuportáveis condições de vida no Maranhão, onde a Republica para a
população continua sendo uma miríade e o Estado de Direito Democrático uma
ofensa e uma ameaça para os opressores de longas décadas.
A morte estupida do Alysson, um jovem idealista, como muitos e, felizmente, são
muitos mesmo, se atirando em crenças no futuro, rendido por assaltantes quando
deixava a namorada na porta de casa, abatido por uma bala na nuca, não só
revolta porque era um rapaz esperançoso e muito conhecido, revolta também
porque numa cidade como São Luís, num outrora de não longe tão pacata, a
violência passeia intimidando e assaltando diuturnamente e matando por nada, ou
quase nada, impunemente.