quinta-feira, 8 de março de 2012

Essas mulheres extraordinárias...


Ana Luiza Almeida Ferro

“Ó abre alas/Que eu quero passar/Ó abre alas/Que eu quero passar/Eu sou da Lira/Não posso negar/[...]/Rosa de Ouro/É que vai ganhar”. O Carnaval se foi, e com ele o Dia Internacional da Mulher, mas essa marcha do longínquo ano de 1899, a primeira carnavalesca, como tantos outros tesouros da música brasileira, continua a ecoar pelo coração dos eternos foliões. Mais do que isso, fruto do talento de uma mulher à frente de seu tempo, traduz o próprio esforço em prol da valorização do papel feminino na sociedade brasileira e da necessidade de que novos caminhos sejam abertos ou facilitados ao seu exercício. A mulher continua a pedir passagem para mostrar o seu valor. A autora dessa marcha é um exemplo dessa luta pela afirmação dos direitos de gênero: pioneira, foi a primeira compositora popular do Brasil, a primeira pianista de choro e a primeira mulher a reger uma orquestra neste país. Deixou aproximadamente 2.000 composições em diversos gêneros, entre os quais figuram valsas, polcas, fados, serenatas, maxixes, quadrilhas e choros, e chegou a compor músicas para 77 peças teatrais. Ela não está sozinha nesse rol selecionado.

Ludovicense, veio ao mundo em 1825. Escreveu Ursula, considerado o primeiro romance produzido no Brasil, de autoria feminina, publicado em 1859, com a simples identificação de que sua autora era maranhense. Cultivadora das letras, numa época em que as mulheres que se aventuravam por esses domínios sofriam grande discriminação, teve seu nome e sua obra por muito tempo encobertos pelas areias do esquecimento.

Ela também nasceu em São Luís. Poeta, foi a primeira mulher no Maranhão a assumir o destacado cargo de Promotor Público na condição de concursada.

“Acordo de madrugada, lembro de tudo o que passamos juntos e começo a chorar. Minha filha fazia tudo para mim: cortava meu cabelo, fazia minha barba. Acho que ela não tinha ideia do quanto eu a amava.” O desabafo é do pedreiro Roberto da Costa Marcello, uma das centenas de parentes de vítimas da recente tragédia da serra fluminense, entrevistado por Veja na edição 2205. Sua filha morta tinha 16 anos.

Foi a primeira deputada do Brasil.

No último dia 3, aos 102 anos, morreu o “Anjo de Hamburgo”, viúva de Guimarães Rosa, que lhe dedicou a obra-prima Grande sertão: veredas. Homenageada nos museus do Holocausto de Jerusalém e Washington, foi funcionária do Itamaraty, servindo na cidade alemã de 1936 a 1942, quando contribuiu para a fuga de judeus do nazismo.

Da mesma estirpe do escritor José de Alencar, foi a primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras e a primeira a receber o prestigiado Prêmio Camões, sendo tida, por muitos, como a maior escritora brasileira.

Nasceu no município de Caxias em 1910. Com formação em Estudos Sociais, integrou a primeira turma da Faculdade de Caxias. Da Ordem Franciscana, aprendeu que era mais importante dar do que receber. E a sua vida se tornou página obrigatória de qualquer livro que verse sobre a história da educação e dos colégios caxienses, como mestra do São José, do Coelho Neto, do Diocesano, da Escola Técnica e do Colégio Caxiense. De um tempo em que educação era sacerdócio, foi a primeira Diretora do Ginásio Coelho Neto, abrindo mão de honorários. Patroneia a Cadeira nº 09, da Academia Caxiense de Letras, abençoada por Safo.

Militar baiana, foi condecorada por D. Pedro em pessoa com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro, por seus atos de bravura em combate na defesa da causa da Independência. Para se alistar sob o nome de Medeiros, cortou os cabelos e vestiu-se como um homem.

Ela construiu e manteve uma das mais respeitadas instituições filantrópicas do país e foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz, tendo recebido, após sua morte, o título de Serva de Deus, concedido pelo Papa João Paulo II.

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a “Chiquinha Gonzaga”, Maria Firmina dos Reis, Aurora Correia Lima, uma jovem da serra fluminense, Carlota Pereira de Queirós, Aracy Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Filomena Machado Teixeira, carinhosamente chamada de “Filozinha” ou “Tia Filó”, Maria Quitéria de Jesus e Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, são peças selecionadas, mas não únicas, e nem raras, do imenso mosaico de extraordinárias mulheres brasileiras. Em tempo de tiranos que se agarram desesperadamente ao poder, seja pela força, seja pela demagogia, seja por ambas, de palhaços que viram políticos e políticos que viram palhaços, de ídolos que escondem os pés de barro, de big brothers e big sisters, de virtudes duvidosas, que são apresentados como os modernos heróis e heroínas do mundo desabridamente consumista e carente de valores em que vivemos, de prevalência do prazer e da estética sobre o saber e a ética, respectivamente, como observa o psicanalista francês Charles Melman, são estas e outras tantas mulheres, famosas ou anônimas, profissionais ou rainhas do lar, mães ou filhas, pioneiras ou musas, gênios ou pequenos talentos, guerreiras ou santas, as legítimas heroínas da sociedade brasileira, aquelas que verdadeiramente merecem o reconhecimento de público e crítica nos reality shows da História.

Abram alas, senhores, que elas querem passar...

Promotora de Justiça, Mestre e Doutora em Ciências Penais
e membro da Academia Caxiense de Letras
alaferro@uol.com.br

terça-feira, 6 de março de 2012

No Colégio São José - Discurso de Glorinha.

Concentração do Bloco da Velha Guarda - 2012

Largo de São Benedito

Cafinfa, Zé Benedito, José Emílio e Ferdinando

Bonfim, vulgo Gia.

Esposa José Emílio, Rosário Torres, Elisa Torres, José Emílio Castro

Cafinfa, Zé Benedito, José Empilio

Wibson, Paulo Castro, Cafinfa, Zé Emílio


Largo de São Benedito

COMO EFETUAR O PAGAMENTO DA INSCRIÇÃO

Transferência Bancária ou Depósito Identificado.

Conta: 043391-8
Agência: 0124-4
Variação: 01
Poupança.
Banco do Brasil
Em nome de: Sillas Marques Serra Jr. (presidente) e Rosário Torres (tesoureira).


Não haverá devolução de valores.


Veja os planos de pagamento.

E, pra ficar mais bonitinho, preencha o nosso formulário de inscrição.

domingo, 4 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Os anos dourados estão de volta. É dia 21 de julho, em Caxias - Encontro da Velha Guarda Caxiense. Show do The Fevers no Clube Alecrim.  Inscreva-se e participe de toda a programação do II Encontro da Velha Guarda Caxiense.